Domingo, 17 de Janeiro de 2010
António de Oliveira Salazar
O Beirão, natural do Vimieiro, provinciano e tacanho, que instituiu uma ditadura de cerca de 48 anos.
Salazar iniciou os estudos no seminário e preparava-se para seguir o sacerdócio, quando optou pelo Direito na FDUC, de onde saiu para governar mal Portugal.
Ficará sempre na história e na tragédia de Portugal a sua aversão ao progresso e ao desenvolvimento económico, mesmo quando este era um princípio do corporativismo que Salazar oportunisticamente pretendia surgir como defensor.
De
Nuno a 2 de Fevereiro de 2010 às 00:55
Concordo com uma ressalva.
Salazar era legítimo. Devemos tentar compreender Salazar como a resposta da igreja ao jacobinismo do Costa; naquele tempo, estando a monarquia desacreditada, até pelo falhanço das incursões de Paiva Couceiro e da monarquia do norte, a igreja era a única instituição organizada o suficiente para poder lançar, ainda que de forma subreptícia, um candidato credível o bastante para devolver a ordem e o respeito ao país.
Salazar, como seminarista que foi, além de brilhante aluno de uma Universidade que já não existe pelos moldes que tinha à altura, reunia a credibilidade a firmeza e a postura bastantes para enfrentar o duro período económico em que o país estava mergulhado.
Eu compreendo Salazar enquanto enquadrado na época em que apareceu, até lhe reconheço utilidade, claro que o seu apego ao poder e a ruralidade assente nos valores da família que apregoava o definharam politicamente aos poucos; o transbordar do copo foi a relutância em abdicar das colónias com o erro crasso de partir para a guerra.
No meu entender é injusto demonizar Salazar, Salazar teve lógica no tempo em que apareceu, assim como o Sidónio Pais por exemplo, que foi um Salazar militarizado que aliás poderia ter sido bem mais ditador não o tivessem presenteado com uma bala !
Ironia das ironias, mataram o Sidónio e a emenda foi pior que o soneto !
Caro amigo não culp'e a Igreja pelo Salazar, muita da oposição ao regime resultava da própria Igreja, tanto mais que o Cerejeira não era sequer grande apoiante do regime...
De
Nuno a 3 de Fevereiro de 2010 às 17:24
Meu caro Rés.
Eu não estou a atribuir culpas a ninguém.
Como você bem sabe, o Costa naquele tempo minou a oposição inteira, incluindo a republicana. Os monárquicos acabaram com o falhanço da monarquia do norte e a única instituição organizada daquele tempo era efectivamente a igreja.
Se olharmos para a importância de Salazar na estabilização do país na era pós PRP essa foi fundamental, o que tramou o homem foi o desenvolvimento da cultura social democrata na Europa que forçou a um evolucionismo em Portugal, o golpe de misericórdia foi a guerra colonial.
Eu não demonizo Salazar, apenas o tento enquadrar numa lógica temporal e histórica que na altura bradava por ele, claro que a igreja teve um papel fundamental na sua ascensão, pois sendo um seminarista, ilustre aluno da universidade de Coimbra e com ligações ao meio rural e católico, era a antítese dos jacobinos e o candidato digamos ideal.
Note bem (e tente olhar para o que vou dizer como uma opinião política pois sou católico e por isso não entenda como um insulto ) que foi nessa altura que apareceu a N Senhora aos pastorinhos, galvanizando a população e enaltecendo a religiosidade do povo, funcionando como um enorme golpe propagandista ao fim do jacobinismo em Portugal !
Coicidências... Quem sabe ?
Caro amigo, muito pelo contrário N. Senhora do Rosário de Fátima impôs-se à Igreja, não a Igreja que impôs o culto Mariano em Fátima, S. João Paulo II, por exemplo era até 1981 adverso a tal culto, tal como ele muitos líderes da Igreja da altura, mas a voz do Povo é a Voz de Deus e o culto da Virgem Maria foi reconhecido.
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